Criação

GENÉTICA

Prefira casais que já tenham produzido bons resultados ou que pelo menos sejam descendentes, ascendentes, irmãos ou irmãs de coleiros que tenham se destacado. Após longos estudos, chega-se a seguinte conclusão, é impossível criar um coleiro campeão sem um estudo profundo de sua genética, fenótipo e comportamento, pois é, só assim que conseguimos traçar mapas de reprodução.

Comece com bases sólidas, desta forma, no decorrer dos anos você terá uma linhagem definida, não obstante casais que não tenham nenhum padrão genético reproduzam bons filhotes, isto é exceção!

PROCESSO DE CRIAÇÃO

No minimo 60% da responsabilidade no sucesso da formação de um Coleiro de alta qualidade depende do criador, entre outros motivos porque cientificamente as bases do futuro canto são aprendidas principalmente entre o terceiro e o décimo sétimo dia de vida. Os 40% restante divide-se em genética e saúde. Nesta fase, ouvir as fêmeas solteiras, outros filhotes, pequenos defeitos em qualquer cantada do pai ou qualquer outro Coleiro, mesmo que, ao mesmo tempo esteja ouvindo a fita ou disco ou CD para o aprendizado, poderá influenciar o filhote de forma negativa e irreversível por toda vida.

Temporada de Acasalamento: Outubro a Abril

Costumo um mês antes, em Setembro, administrar FERTIVIT para o macho galador e para a fêmea.

Coloco a fêmea em gaiola criadeira preparada já com o ninho e com fribras de cocô para que a fêmea tenha um incentivo à criação.

Utilizo o sistema de criação chamado de POLIGÂMICO onde um macho pode cruzar com até 5 a 6 fêmeas. A presença de muitos machos no recinto de criação acaba dificultando a mesma, já que as fêmeas de coleiro escolhem seu parceiro pelo do canto dele. Nesse sentido, o melhor é que elas ouçam um único macho. Assim sendo, coloco o macho escolhido para procriar cantando perto das fêmeas, porém sem que eles se vejam e de tempos em tempos faço o macho ver cada fêmea. Fazendo este procedimento, quando coloco o macho para ver uma fêmea e ela "baixa", é o indício que ela está pronta. Coloco o macho em uma pequena gaiola especial (Galador) para que facilite a transferência para o acasalamento. Deixo o macho “galar” a fêmea umas duas vezes por uns dois dias. Quando a fêmea está para botar ela fica meio quieta e com aspecto de doente, emboladinha e geralmente neste período, não aceita mais a gala do macho. Após dois ou três dias da gala a fêmea bota.

Geralmente a fêmea bota 2 ovos, é mais raro mas existem fêmeas que botam três ovos (um a cada dia). Após botar, a fêmea deve começar a chocar os ovos por um período de aproximadamente 12 a 13 dias. Após este período devem nascer os filhotes.

Após o nascimento dos filhotes, ofereço a farinhada, uma gema de ovo cozido (cozido durante 20 minutos) que passo em uma peneira e misturo, coloco também jiló e almeirão ou chicória e água filtrada, que retiro e troco todos os dias. Também deixo de administrar o Fertivit nesta época.

                              Casal de coleiros com filhotes na natureza

 

A mãe irá alimentar os filhotes aproximadamente 35 dias, quando poderão ser separados. Dois dias após saírem do ninho (em média 15 dias), colho amostras de penas para fazer a sexagem.

Fêmea em cativeiro tratando seus filhotes

 

Após os 35 dias de vida, separo os filhotes (machos e fêmeas), numa gaiola de criação por um período de 1 a 2 meses para exercitarem e também para se acostumarem, já que na natureza eles vivem em bandos. 

Após esses um a dois meses juntos, separo da seguinte forma:

  • Filhotes Fêmeas: Deixo as filhotas juntas em uma gaiola de criação até o próximo período de cria.
  • Filhotes Machos: Os filhotes machos deixo em gaiolas separadas ouvindo o cd para vetorização do canto, sem se verem e longe das fêmeas que estão criando.

Ah! Estou me esquecendo, após a separação da mãe forneço a alimentação que dou aos meus coleiros adultos.

CUIDADOS:

Em períodos de baixa umidade do ar, deixe ligado um aparelho que permita uma umidificação do ar, e durante os 5 últimos dias anteriores à eclosão dos ovos, borrife os ninhos embaixo ou seja, pela parte posterior com água quase morna (30 graus).

Devemos ter todo o cuidado para, principalmente em época de calor, não deixar a mistura e as verduras azedarem (torna-se meio para proliferação de bactérias e fungos), é importante retirar diariamente.

Deixe sempre um espaço de uns 20 cm entre as gaiolas das fêmeas que estão criando e não as deixem ser ver de maneira alguma.

Lembre-se, o mais importante é uma boa higiene, sempre!!!!! Mantenha as gaiolas criadeiras e as dos machos sempre bem limpas e os alimentos também sempre limpos.

A paciência e a persistência são fundamentais para quem pretende criar qualquer tipo de ave, especialmente os Coleiros.